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Minhocão: entre a simulação digital e a crua realidade – Uma reportagem comentada - Movimento Desmonte do Minhocão - MDM

Minhocão: entre a simulação digital e a crua realidade – Uma reportagem comentada

Minhocão: entre a simulação digital

e a crua realidade

Uma reportagem comentada

          A propósito da reportagem de capa da VEJA SPPrefeitura anuncia a construção do Parque Minhocão”, de 21/2/19, associações, lideranças comunitárias  e moradores, subscritores da REPRESENTAÇÃO ao Ministério Público – Promotoria de Urbanismo e Habitação -, que gerou o IC – Inquérito Civil  – 14.279.153/2016-9, apresentam as seguintes ponderações:

            1ª) É para se consignar que pela terceira vez a VEJA SP publica propagandística matéria de capa a favor do assim chamado “parque” Minhocão.

   

          2ª) Quando a DESMONTEC, firma de renome em desmonte e demolições, considerando a magnitude histórica da obra,  ofertou gratuitamente a comunidade o PROJETO DESMONTE MINHOCÃO, o mesmo foi enviado a VEJA SP, com sugestão de reportagem.

          Violando a ética jornalística de sempre ouvir e conceder  igual espaço aos dois lados, de modo  perplexitante  discriminou a matéria inédita.

          Para os internautas, pesquisadores e pessoas  interessadas no bem e progresso de nossa cidade, o mecionado  Projeto encontra-se disponível no nosso Site https://www.minhocao.net.br/ ou https://www.facebook.com/movimentodesmontedominhocao/

          3ª) A propagandística matéria parquista da VEJA SP,  afim de tentar provar a pretensa popularidade da equivocada iniciativa do Prefeito Bruno Covas cita pesquisa da DATAFOLHA  de cinco anos atrás, na qual aparece que 23% seriam favoráveis  ao “parque”. A reportagem  omitiu que desses 23% declararam, em sua maioria, que não residem na região do Minhocão.

          Como levar a sério matéria que cita pesquisa antiga, de cinco anos atrás, para tentar provar a pretensa popularidade de algo? Por analogia, não seria o mesmo  que citar pesquisa de cinco anos atrás, como se fosse  a atual popularidade do ex-presidente Lula, atualmente cumprindo pena na carceragem da Polícia Federal em Curitiba?

          Uma retificação: a VEJA SP informa que o Minhocão teria “3,4 quilômetros”. Na realidade, o famigerado elevado tem 2 kms e 800 metros.

          4ª) O Projeto Jaime Lerner do “parque Minhocão” – com todo respeito a sua pessoa – revela profundo desconhecimento da nossa realidade.

          Baseado em simulação digital, onde tudo é possível, o projeto prevê entre outras iniciativas simplórias, nove  “rampas e acessos para prédios”, entre o Minhocão e os edifícios.

Detalhe das rampas e acessos para prédios

(Projeções Lerner Arquitetos Associados/Divulgação)

          Na totalidade são prédios residenciais.

          Como isso será feito?

          A Prefeitura irá desapropriar os três primeiros andares dos prédios, invadidos pelas nove “rampas”?

          O que será feito para garantir a segurança e a privacidade dos moradores dos demais andares?

          Essas “rampas” de acesso do Minhocão aos prédios, não irá facilitar a vida de pessoas  má  intencionadas e grave problema de segurança aos milhares de moradores?

Palcos móveis (em vermelho): eventos ao ar livre

(Projeções Lerner Arquitetos Associados/Divulgação)

         Novamente o autor do Projeto revela desconhecer nossa realidade e que eventos no Minhocão estão proibidos, por TAC – Termo de Ajuste de Conduta – e RECOMEDAÇÃO do Ministério Público, devido ao Laudo Técnico do Corpo de Bombeiros que atesta que o Minhocão , viaduto a 8 metros de altura, “não oferece as mínimas condições de segurança”.

          O Projeto abstrai que o Minhocão passa no meio de prédios residenciais, gerando “incomodidade insuportável”, conforme expressão do Promotor de Justiça de Urbanismo e Habitação do Ministério Público, Dr. César Martins.

          Como vão ter “Palcos móveis e eventos” no Minhocão?

          Anunciam que serão colocadas proteções laterais em toda extensão do Minhocão, para tentar preservar a privacidade dos milhares de moradores.

          Pergunta-se:

          a)   a estrutura do Minhocão suporta o peso dessa instalação?

          b)   Como ficará a iluminação e ventilação nos apartamentos, com essa espécie de Muro de Berlim,  a poucos metros de suas janelas?

Estruturas de bambu dispostas no parque

(Projeções Lerner Arquitetos Associados/Divulgação)

          a)   Uso de materiais de fácil combustão. Em caso de incêndio, como a viatura do Corpo de Bombeiros irá prestar socorro, se pelo Projeto, as duas pistas estarão tomadas pelo “parque”?

          a)   Idem para caso policial. Como a viatura da PM irá subir 8 metros de altura, estando as pistas lotadas, para prestar socorro ao(s) necessitado(s)?

          “Parque no Minhocão”: não constitui uma tragédia anunciada?

Moradores de rua dormindo embaixo do Minhocão, à noite, no centro da cidade (LULUDI/Divulgação)

         Do que adianta ter gente se divertindo em cima e outras sofrendo na parte debaixo?

         Para finalizar, uma pergunta: esse Projeto “parque Minhocao”,  do Projeções Lerner Arquitetos Associados, foi pago por quem e qual o custo? Ou teria sido doado à Prefeitura de São Paulo?

*    *    *

          VEJA SP, escolhida mais uma vez para a propaganda do “parque” Minhocão divulgou a seguinte matéria, que reproduzimos trechos:

Prefeitura anuncia a construção do Parque Minhocão

Após décadas de discussões, a prefeitura decide construir um parque

sobre o polêmico Elevado Costa e Silva,

que corta o centro da cidade por 3,4 quilômetros

Por Sérgio Quintella (com reportagem de Ricardo Chapola)

21 fev 2019

          O Elevado Presidente João Goulart, mais conhecido como Minhocão, está prestes a passar por uma transformação profunda. Na última semana, o prefeito Bruno Covas (PSDB) anunciou a criação de um parque linear em parte dos 3,4 quilômetros de extensão da via. Em uma primeira etapa, ele ocupará 900 metros da pista, nos dois sentidos sobre a Avenida Amaral Gurgel. No total, estão previstos 17 500 metros quadrados de jardins — o equivalente a quase três campos de futebol —, além de floreiras e deques, dispostos em módulos pré-fabricados. O espaço, cuja inauguração está prevista para até o fim do ano que vem. (…)

          O investimento previsto de 38 milhões de reais (em estimativa bem otimista) será bancado com recursos municipais. A primeira etapa do Parque Minhocão vai compreender um trecho da saída da Ligação Leste-Oeste ao entroncamento com a Avenida São João. Quem seguir no sentido dos bairros de Perdizes e Barra Funda só poderá pegar o elevado por um acesso próximo à Rua Helvétia, na região dos Campos Elíseos. Até esse ponto, o motorista deverá seguir pela Avenida Amaral Gurgel. No outro sentido, o caminho em direção à Zona Leste será interrompido na passagem para a Rua Sebastião Pereira, na Vila Buarque. (…)

          “O projeto contempla vegetação e um ambiente de praia para a população do entorno se apropriar da área”, afirma Lerner. O arquiteto também concebeu a instalação de piscinas ao longo da via”.

Piscinas e deques fariam parte do projeto 

(Projeções Lerner Arquitetos Associados/Divulgação)

          NR: “piscina” no Minhocão? A proposta mirabolante certamente será para alegria das dezenas de moradores de rua, usuários de drogas, moradores da Cracolândia etc.

          Pergunta: a estrutura suporta esse acréscimo de carga? Lembrando que o Viaduto de acesso a Marginal foi fechado ao trânsito, pois ameaçava ruir, devido a sobrecarga de peso de três camadas de asfalto superpostas.

 

          VEJA SP: (…) Há, no entanto, dúvidas quanto à capacidade da prefeitura em conservar corretamente a nova arborização que surgirá por ali. “A mesma administração que anuncia esse projeto não dá conta do jardim vertical da Avenida 23 de Maio”, afirma o botânico Ricardo Cardim. Em setembro do ano passado, VEJA SÃO PAULO publicou reportagem em que mostrava que a iniciativa da gestão João Doria estava praticamente abandonada após a desistência da empresa encarregada da manutenção. “Aqueles painéis sofrem um problema crônico de falta de irrigação e o mesmo pode ocorrer no Minhocão.” (…)

          Enquanto prepara as ideias do novo parque na parte superior do velho elevado, a prefeitura estuda o que fazer com a úmida, sombria e má ventilada área inferior, onde estão localizadas as avenidas Amaral Gurgel e São João. A proposta é abrir vãos na estrutura existente para que a iluminação natural irrompa em meio ao concreto. No lugar da ciclovia construída pela gestão Fernando Haddad, a intenção é instalar equipamentos públicos voltados a cultura e assistência social — a região é conhecida pela grande quantidade de moradores de rua e usuários de drogas”.

 

          NR: Quanto a proposta de “abrir vãos na estrutura existente para que a iluminação natural irrompa em meio ao concreto”, é tecnicamente viável, sem afetar a já deteriorada estrutura? A Secretária de Obras assume a responsabilidade civil e criminal?

                                Francisco Machado, do Movimento Desmonte Minhocão:                                   

a discussão vai continuar (Marcelo Justo/Veja SP)

          VEJA SP: No governo de Kassab que o Minhocão passou a ser utilizado durante a Virada Cultural. Em 2012, milhares de pessoas foram até lá prestigiar a concorrida galinhada do chef Alex Atala. A demanda enorme provocou confusão. A partir dali, o Ministério Público acatou pedido da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros, que alegaram falta de segurança, e proibiu eventos no local. “Do jeito que está, não é seguro”, afirma o promotor César Martins, da Promotoria de Habitação e Urbanismo. “Com o anúncio do novo parque, vamos analisar as condições de segurança, conforto e comodidade”.

          “A doença é o Minhocão em si, e não o uso que se faz dele. Aquilo deveria vir abaixo para que a cidade recupere seu chão”, afirma o urbanista Valter Caldana, professor de arquitetura da Universidade Presbiteriana Mackenzie, integrante do último time. Essa opção encontra eco em experiências de outras cidades.

Demolido: Em Seul, um rio foi renovado e ganhou arborização 

(SHARROCKS/Getty Images)

          Em Seul, na Coreia do Sul, o viaduto Cheonggyecheon, de 5,8 quilômetros, foi ao chão em 2005. No lugar do concreto, um rio até então canalizado foi recuperado, com um parque linear em volta.

          No Rio de Janeiro, a demolição do Elevado da Perimetral, em 2014, fez a área do porto ser reinserida na paisagem carioca. A favor desse argumento está ainda o valor a ser gasto. A demolição do Minhocão custaria cerca de 30 milhões de reais, 20% a menos do que o valor que a prefeitura precisaria desembolsar para a construção do parque.

          “O Minhocão tem hoje mais de 1 500 pontos de infiltração. Há décadas não vemos manutenção ali”, reclama o tradutor Francisco Machado, outra voz eloquente do grupo pró-demolição.

Restaurantes à céu aberto, lojas de flores

e outros comércios teriam espaço de instalação 

(Projeções Lerner Arquitetos Associados/Divulgação)

 

          NR: “Restaurantes à céu aberto”?  E o que ocorrerá em dias de chuva, quando o Minhocão fica alagado? E embaixo, a própria Amaral Gurgel fica praticamente toda alagada?

https://www.youtube.com/watch?v=7SPDjInvpIU

Galerias e lojas teriam espaço na parte inferior ao Minhocão 

(Projeções Lerner Arquitetos Associados/Divulgação)

            NR:  assista ao vídeo e veja o que ocorre na parte debaixo do Minhocão quando chove. Que comerciante se arriscaria a abrir estabelecimento?

https://www.youtube.com/watch?v=KqFE2lPTRCs&t=46s

 

O parque também teria espaço para apresentações teatrais 

(Projeções Lerner Arquitetos Associados/Divulgação)

          NR:  Como fazer apresentações teatrais, se a Promotoria de Urbanismo e Habitação do Ministério Público já vetou eventos no Minhocão?

          Entre a simulação digital e a crua realidade, aqui ficam as ponderações das associações, lideranças comunitárias e moradores, subscritores da  REPRESENTAÇÃO ao Ministério Público – Promotoria de Urbanismo e Habitação -, que gerou o ICInquérito Civil  – 14.279.153/2016-9.

        São Paulo é cidade carente de creches, postos de saúde, hospital municipal na região central, centenas de árvores caindo durante chuvas, por falta de manutenção, viadutos ameaçando cair, marquise do Parque Ibirapuera ameaçado e tantos outros problemas sérios e urgentes a solucuonar para o bem da população, e o Sr Prefeito B. Covas vão direcionar dinheiro público para uma insanidade como este projeto surreal?

          Mais: colocando em risco a vida de milhares de pessoas, induzindo-as a irem a 8 metros de altura, sem as mínimas condições de segurnça, conforme Laudo Técnico do Corpo de Bombeiros? Lembrando que o Artigo 132 do Código Penal caracteriza como crime, passível de prisão, colocar pessoas em local de risco de vida e saúde.

          Lamentamos que em nenhum momento o Prefeito Bruno Covas comunicou ou convidou a comunidade concernida para opinar, apresentar subsídios e ponderações,  ao mirabolante e surreal Projeto Parque Minhocão.

          Na segunda-feira, 18/2/19, associações, lideranças comunitárias e moradores protocolaram documento na Prefeitura, endereçada ao Sr Prefeito B. Covas, com cópia para 

Secretaria do Governo Municipal – Sr. Alexis G. de Souza Vargas

Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento – Sr. José Amaral Wagner Neto

Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras – Sra. Rosangela V. da Costa Sartorelli

Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente – Sr. Luiz R. Viegas de Carvalho

Secretaria Municipal de Mobilidade e Transportes – Sr. Luis Carlos Frigerio

Secretaria Municipal de Subprefeituras – Sr. Pedro Rubez Jehá

Secretaria Municipal da Cultura – Sr Alexandre de Almeida Youssef

Subprefeitura Sé- Sr Roberto Arantes

Ministério Público – Promotoria de Urbanismo e Habitação – Dr. César Martins

Comando da Polícia Militar de São Paulo – Coronel PM Francisco Canjerana

Comando do Corpo de Bombeiros da Capital – Coronel PM Eduardo Rodrigues Rocha.

 

          O Dossier continha subsídios e ponderações da comunidade, sobre a gravidade dos problemas em se destinar outra finalidade ao viário Minhocão.

           Lamentavelmente o Sr Prefeito B. Covas discriminou, ignorou o documento-colaboração da comunidade e tomou decisão contrária aos interesses da coletividade.

           Comportando-se como Síndico principiante,  que se acha dono do prédio e não mero Administrador, o Prefeito B. Covas talvez ainda não se deu conta talvez,  que é um mero funcionário público, pago com o dinheiro de nossos impostos.

          Lamentavelmente, assim procedendo,  não ouvindo a comunidade, ele se distancia dos munícipes-eleitores, provocando inúmeras reações contrárias, a sua decisão autoritária e antidemocrática.

https://vejasp.abril.com.br/cidades/minhocao-capa-projeto-verde/

https://www.minhocao.net.br/

https://www.facebook.com/movimentodesmontedominhocao/

 mdm16sp@gmail.com

 

 

 

 

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