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Minhocão: “Parque é no chão”, afirma moradora em Audiência Pública na Câmara - Movimento Desmonte do Minhocão - MDM

Minhocão: “Parque é no chão”, afirma moradora em Audiência Pública na Câmara

  • AUDIÊNCIA PÚBLICA NA CÂMARA DISCUTE

DESMONTE DO MINHOCÃO PL 98/18

JOTA ABREU – DA REDAÇÃO

          São Paulo, 3/12/2018 – A CCJ (Comissão de Constituição, Justiça e Legislação Participativa) realizou Audiência Pública para discutir o Projeto de Lei 98/2018, de autoria dos vereadores Caio Miranda (PSB) e Mario Covas Neto (PODE), que trata da autorização para que a Prefeitura realize o desmonte do Elevado João Goulart, o “Minhocão”, com a devida requalificação urbana da área.

          O desmonte era uma das três opções de finalidade previstas no Plano Diretor do Município aprovado em 2014, porém, o Poder Executivo vetou a proposta. Permaneceram as alternativas de criar, de forma integral ou parcial, um parque. De acordo com o vereador Caio Miranda, que além de autor do projeto, também integra a CCJ, a proposta é recolocar na discussão um dos pontos considerados como possíveis naquela ocasião. “Estamos tentando retomar essa ideia para requalificar o debate, trazendo argumentos técnicos de viabilidade, para que o Poder Executivo possa ter condições de decidir pela melhor finalidade”, disse.

          A diretora do Movimento Desmonte Minhocão, Yara Goes, fez uma apresentação apontando problemas causados pelo Elevado para os moradores das proximidades. Segundo ela, estudos apontam que o ar embaixo do viaduto é 79% mais poluído do que de todo o resto da cidade. Também falou sobre problemas de segurança pública, urbanísticos, desvalorização da região e comprometimento da atual estrutura. Disse que há inviabilidade econômica e usual para a implantação de um parque que pretende estabelecer um corredor verde em cima e uma marquise com lazer na parte de baixo. Ela ainda apresentou uma proposta de orçamento de uma empresa com o custo de aproximadamente R$ 28 milhões de reais para o desmonte em seis meses.         

          Foram 30 pessoas inscritas para contribuir com seus posicionamentos, divididos entre aqueles que são favoráveis ao desmonte, e os que preferem a instalação do parque. (…) 

 

          O relator do tema na CCJ, vereador Claudio Fonseca (PPS), lembrou da participação que teve nas discussões do assunto na época, mas acredita que o assunto ainda pode ser tratado pelos vereadores, e adiantou que pretende dar parecer de legalidade à matéria na Comissão. “Não vejo conflito entre quem quer o desmonte e quem espera um uso mais saudável do espaço. Eu sei que a solução não é fácil. Mas espero que todos que aqui estão possam buscar harmonicamente uma solução. Considero possível compatibilizar uma cidade mais saudável com o desmonte do viaduto, criando áreas de uso comum preservadas, conservadas e mantidas pelo Poder Público”, afirmou.

 http://www.saopaulo.sp.leg.br/blog/audiencia-publica-coloca-desmonte-do-minhocao-em-discussao/

 

  DEPOIMENTO DE MORADORA

 

          Tathiana Bagatini:  Eu sou moradora, exatamente de frente do Minhocão. (…)

          Quando eu adquiri o apartamento, eu até pensei: seria  interessante um parque . Depois eu fui me inteirando, conversando com outras vizinhas, como a Dona Maria Ena, a gente vê o que que é a situação.

          Uma coisa é você dizer que é usuário do parque, ou do viaduto, e você ser morador. E ser um morador da frente. Você abrir a sua janela e você vê uma laje. Ou como acontece, por exemplo,  com a Dona Maria. Ela está no terceiro andar. As pessoas ficam fotografando sua casa. (…) Você se sente um animal num aquário. Queria saber de alguém que não passa por isso, consegue ter empatia de saber o que é isso.

          Nós temos janelas que não podem ser abertas. A gente é  obrigada a ficar com a janela fechada, porque senão a gente não aguenta o ruído. Poucas pessoas tem o dinheiro necessário para  colocar uma janela anti ruído na sua casa. Por favor, faça o levantamento: quanto é que custa uma janela anti ruído. Sai caríssimo. Isso é saúde.

          Como o Atos mencionou. Ele trocou, a questão da poluição, ele comentou com Dr Paulo  Saldiva.  Eu também troquei e-mails junto com o Jurandir, com o Paulo Saldiva. Tem estudos que mostram da poluição que é maior do que lá.  

          Falaram: “ah, outros corredores de ônibus, só porque não é ônibus elétrico, que tem uma poluição maior”. Outros corredores de ônibus, não são tão poluídos, por causa do tampão (das pistas do Minhocão),  que mantém a poluição ali. Porque senão a gente teria a poluição igual como corredores como  na Rebouças, na avenida Santo Amaro.  E a gente tem mais. Porque? Porque tem o tampão (das pistas do Minhocão),  ali segurando a poluição.

          Falando em saúde, alguém sabe o que é isso? É uma bombinha de asma. Pois é. Doença eu tenho hoje. Por causa do tampão. Anabela foi comentar: “ah, vai ter doença…” (se desmontar o Minhocão).  Doença eu tenho hoje. Porque eu respiro poluição. E a minha janela só pode viver fechada, porque senão meu apartamento fica cheio de fuligem. Só 120 reais. Esse é um dos remédios que uso para asma.

          Os postos de saúde estão gastando com internação para crianças para fazerem  inalação.

          O lugar de parque é no chão.

          O colega me pediu se a mesa poderia protocolar que a Câmara oficiasse a COVISA  (Coordenadoria de Vigilância em Saúde) para ser feito  estudo epidemiológico, por causa da questão da dengue.  Que é realmente um caso grave.

          A gente também sabe que essa colocação  de um parque vai ter um custo maior do que um parque no chão. Lugar de parque é no chão. Desejo de parque, eu também tenho. Sou militante pelo parque Augusta. Parque, nossas crianças precisam. Mas um parque de verdade,  ele é um parque no chão. Porque? Porque a árvore tem raiz.

          “Ah, mas no teto da Prefeitura, tem árvores”. . .

          São arvoretas, baixas. E o custo de manutenção de uma árvore nessas condições , é um custo altíssimo. É necessário irrigação. Numa cidade no estado que enfrenta  crise hídrica . E isso daí tem um custo muito alto. Se você colocar na ponta do lápis, o custo de manutenção de uma laje, com um jardim vertical, com substrato especial, que precisa para ter as arvoretas  e  múltipla isso por 40 anos, sei lá, por quantos anos for durar o parque, 50, 100 anos,  para a perpetuidade,  é muito mais caro do que fazer  um desmonte, mesmo que não seja tão barato como disse o pessoal do Desmonte propôs. Mas aquilo era somente um exemplo. A gente sabe que toda obra pública de verdade, é obrigada a fazer tomada de preço, licitação. É um exemplo. Foi um exemplo, de um preço. De um orçamento de 2016.  Com certeza serão feitos outros. A gente pode realmente vender parte do material, mas parte do material vai ser gasto.

          Então só para concluir aqui:  árvore é no chão. Parque é no chão. A colega falou que anda de bike. Eu também. Vou todos os dias trabalhar de bicicleta.

          A gente precisa de uma ciclovia que não tenha cheiro de urina, cheiro de fezes, que não caia água (palmas)…  tudo que se pode fazer lá em cima, você pode fazer no chão.

          O lazer, o que o Prof. Caldana falou, a gente pode ter nos moldes por exemplo, de avenidas como a Sumaré, a Brás Leme.  Não deixar todas as pistas. Você pode reduzir uma pista de carro. Manter ali algumas pistas  e aumentar o corredor central, que sem as pilastras e com o corredor,  você  tem lazer para a população.

          Tudo que você faz em cima, de passeio, de bicicleta… “ah, mas é interrompido com farol”…

          Meu amigo, se seu lazer de andar 3 kms, sem parar de pedalar é  mais importante do que a saúde, do que a pessoa não se sentir um animal sendo filmado, do que não conseguir descansar para trabalhar no dia seguinte, está faltando muita empatia.

          Então, ao invés de a gente ficar vendo essas picuinhas pequenas de diferenças:  1º)  se unir contra quem quer que aquilo continue sendo uma avenida.  E a outra é pensar: porque que esse parque – todos  temos esse desejo – ele não pode ser um parque no chão. Porque que tem ser um parque em cima de uma laje condenada?

          A gente precisa de parque de verdade  e não de uma esmola de um lazer no asfalto, um asfalto poluído, um asfalto sujo. A gente merece um parque que a longo prazo custe menos,  para ter verba para a saúde.

          Obrigada.

NR: assista ao video clicando em

https://www.youtube.com/watch?v=0W1TIR2OoQI

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